domingo, 11 de agosto de 2013

Família, felicidade e o que realmente importa.

Certas coisas nunca mudarão. Podemos estar no sexto século antes de Cristo ou no vigésimo primeiro depois dele, mas certas tradições permanecem e me alegram. Mesmo sendo feminista.
Um dia eu já fui a prima mais nova, eu já fui a criança pulando as linhas marcadas na madeira, enquanto as primas mais velhas bebiam vinho e conversavam com os mais velhos.
Eu hoje fui a prima dando conselhos, a prima com o corpo diferente, a prima que parecia, aos olhos da mais nova, saber todos os segredos da vida e da morte, jovem, bela, com a vida inteira aos seus pés, descomplicada.
Eu lembro com carinho de quando tinha menos idade. Dos verões passados na casa de praia do Recreio, louças dos nossos pais a serem divididas (quem lembra daqueles copos de porcelana que o tio Marcos tinha, que a Carol e Mari gostavam de usar e que eu quebrei sem querer, por querer imitá-las?), as brincadeiras, os jogos de cartas, as idas a praia... A inexorável força do tempo é cruel. Mari e Carol casadas, Dani na Suíça, e eu aqui, lembrando de dormir com mosquitos e sem ar-condiocionado (vocês lembram quando ele quebrou?), segurando suas mãos, rindo e conversando no quarto que um dia fora de nossos pais. Piscinas no jardim, praia a poucos metros de casa, brincadeiras de War e de casinha, fotos de havaiana... Se eu for contar todas as brincadeiras, eu não terei espaço para escrever.
Sinto saudades, saudades de atrapalhar suas conversas e brincadeiras de mais velhas, de querer sentar ao lado de vocês naquela longa mesa da cozinha casa de praia, de ver vocês provando vinhos e não participar. Saudades de uma infância bem aproveitada. Quem lembra da polaroide que a Mariana ganhou de Natal?? Eu lembro, e adorei cada foto.
Crescer é menos divertido do que ser a criança admiradora. A criança que vê a prima mais velha e imagina um exemplo. Pra mim, nada foi esquecido. O gosto do arroz feito pela vovó Lena, que já se foi, é inigualável. Os quitutes feitos pela vovó Marília então... E aquele dia que nós decidimos misturar todos os refrigerantes do mundo?? Terrível e fascinante.
Impossível olhar pra minha infância e não ter lágrimas nos olhos, eu aprendi e vivi tanto dentro e fora daquela cozinha gigante da casa de praia, que eu só tenho a agradecer às minhas primas Danielle, Carolina, Mariana e à minha tia Mimi. Vocês foram exemplos, e ainda são. Mesmo sem tanto contato, eu lembro com amor e carinho das férias, das idas no shopping (e da Barbie que você comprou pra mim, Dani), dos cinemas, dos jogos, das sessões de fotos... Posso não vê-las muito, mas eu amo vocês . Hoje o dia é dos pais, mas pra mim é uma celebração da família, e do amor que eu sinto por vocês. Obrigada por existirem, perto ou longe. Vocês são exemplos e uma parte de mim que levarei para sempre.

A receita de hoje? Não importa. Ter uma família feliz e celebrá-la é o maior presente que eu posso pedir, e, se eu pudesse, viveria cada um desses dias novamente. 

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